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3 atitudes capazes de mudar sua vida financeira.
Uma das principais lições que aprendi durante todo o tempo em que me dedico ao aprendizado e à prática da educação financeira diz respeito ao nosso comportamento diante de situações cotidianas, de cidadania: são os pequenos detalhes, o interesse e a insistência que trazem os tão sonhados resultados.
Digo isso porque a “informação que vale ouro”, as “melhores alternativas de investimento” e “a receita para ficar milionário” simplesmente não existem. Pelo menos não como geralmente as buscamos, como atalhos e soluções rápidas para problemas que envolvem transformação pessoal, dedicação e paciência.
O que existe mesmo são pessoas sem prioridades e objetivos indefinidos, motivadas é verdade, mas sem um norte claro, e que logo se angustiam por viver assim e buscam os tais atalhos e os associam aos problemas errados.
O que mais vejo são casos clássicos como o do indivíduo que quer ficar rico, mas não quer aprender a criar e viver um padrão de vida em que se gaste menos do que ganha. O problema principal é seu padrão de consumo, não a geração de renda.
Três atitudes capazes de mudar sua vida financeira
O que percebi trabalhando ao lado de tantas famílias e pessoas é que a transformação, e consequentemente a criação de novos hábitos, é mais fácil e tranquila quando podemos comemorar sempre pequenas vitórias e acompanhar a evolução dos resultados. A questão da riqueza passa por entender também o conceito de liberdade.
Neste sentido, o que funciona muito bem para mexer com a vida financeira é justamente começar por outras áreas da vida pessoal, de modo que os hábitos sejam mais importantes que o tabu em torno das finanças (algo que dificulta muito quaisquer primeiros passos).
Listo abaixo três atitudes não relacionadas diretamente ao seu bolso que podem ser úteis para mudar sua vida financeira:
1. Praticar exercícios com regularidade
Todos nós praticamos algum exercício quando mais jovens, mas acabamos perdendo esse ótimo hábito com a chegada da vida profissional, das demandas sociais e do excesso de trabalho. Como você já sabe, rever essa importante decisão e priorizar a saúde através dos exercícios físicos é fundamental para o equilíbrio emocional.
Além do retorno em termos estéticos (perda de peso, roupas servindo etc.), os benefícios principais estão associados com a qualidade de vida e a prática do conceito mais poderoso das finanças pessoais: a disciplina. Respeitar uma rotina de treinos tornará muito mais simples a adoção do hábito de investir todo mês, por exemplo.
Além disso, há a questão da superação. Com objetivos definidos, a busca por resultados passa a fazer sentido e dizer “Não” para as distrações para de gerar ansiedade. Uma alimentação melhor, sem peso na consciência, mais disposição e o consumo adiado em prol da conquista de liberdade são exemplos comumente vistos a partir da decisão de se exercitar.
2. Ler mais e ver menos televisão
Gosto de desafiar as pessoas a dizerem o que fazem no seu tempo livre. Muita gente gosta de assistir televisão, e não há problema algum nisso. O que não aceito é gente assim que reclama da falta de tempo para um curso extracurricular, um aprendizado novo ou mesmo uma imersão em determinado tema para abertura de novos horizontes pessoais.
A leitura especializada e a dedicação na busca por mais conhecimento, seja ele em que área for, aumenta nossa capacidade crítica ao mesmo tempo em que eleva nossa bagagem para discutir e tomar melhores decisões.
Interpretar os fatos à nossa própria maneira e ler as opiniões de muitos profissionais aumenta nosso desejo de participar da discussão e aumenta nossa confiança na hora de decidir. Aumentando o conhecimento, o interesse vem junto – e com o ele resultados melhores.
Você não encontra na TV quem explique por que o Tesouro Direto é uma aplicação tão melhor que a poupança. Aqui e em bons livros da área você encontrará detalhes e mais detalhes sobre isso.
Atenção para a interpretação do texto: não estou dizendo que a TV é ruim, estou apenas alertando para a necessidade de aproveitar melhor seu tempo livre.
3. Ter mentores
Não sei exatamente quem foi que disse que “somos a média das cinco pessoas com quem passamos mais tempo”, mas acho que essa afirmação merece algum destaque.
Nossas grandes amizades e os contatos familiares são, sem dúvida, os relacionamentos que mais preenchem nossa agenda, mas será que são aqueles que podem contribuir com críticas e provocações capazes de nos tirar de nossa zona de conforto?
Imagine que você está empregado e, depois de planejar e considerar sua carreira, decide abrir sua própria empresa. É provável que muitas pessoas próximas o chamem de “louco” e tentar fazer você mudar de ideia. A razão é simples: eles amam você demais a ponto de cogitarem a possibilidade de ver você “quebrando a cara”. Seria dolorido demais.
O que diria um empresário que você admira sobre essa mesma decisão? Será que ele não traria perguntas novas e perspectivas mais desafiadoras, mas sem ser dramático demais? Ele provavelmente questionaria o negócio e sua capacidade, não o amor por você.
A ideia de inserir pessoas melhores que nós (melhores em um sentido amplo, pessoal e subjetivo) em nosso cotidiano tem o poder de mexer com a maneira como tomamos nossas decisões e assumimos riscos.
E, convenhamos, manter um networking mais centrado nos negócios e repleto de pessoas capazes de motivá-lo a fazer mais, investir melhor e buscar retornos maiores certamente fará diferença nas metas financeiras e de patrimônio a serem perseguidas – trata-se de uma relação de causa e efeito óbvia.
Conclusões
A mensagem principal deste artigo é simples: faça as pequenas coisas com mais atenção, frequência e disciplina. A partir daí, tocar grandes projetos de vida e sonhos será só uma forma diferente de ver as coisas. Pense que um sonho grande é uma sucessão de sonhos pequenos, que por sua vez é composto de diversos objetivos menores ainda.
“Quero ficar milionário” é um sonho grande e válido, mas não é muito prático. Você não consegue chegar no final do próximo mês e dizer a si mesmo que o concluiu. Que tal “quebrá-lo” em diversos objetivos menores, realizáveis? Exemplos?
Renegociar e reestruturar as dívidas;
Investir 10% da renda todo mês;
Vender itens que não usa mais;
Ler sobre investimentos melhores que os que faz atualmente;
A lista poderia ter muitos itens, todos factíveis, preencha-a mentalmente.
A propósito, eu não tenho nenhuma evidência empírica de que as três atitudes citadas aqui mudarão mesmo sua vida financeira. O que posso afirmar e dizer é que elas transformaram a minha história e achei que isso já seria inspiração suficiente para algum crédito.
Fonte: Dinheirama